sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Agências de risco.....pra que?!

Recentemente temos ouvido muito falar das tais agências de risco, porém qual a real efetividade de suas análises? Eis que uma nova crise está à nossa porta, e mais uma vez fica a impressão de que algo poderia ter sido evitado.
A principal função das agências de risco é classificar empresas, governos ou qualquer outra entidade que emita títulos, porém qual a real credibilidade dessas classificações? No meio da sopa de letrinhas que as agências fazem, sempre tivemos os Estados Unidos como o porto seguro dos títulos, do alto do seu
Intocável AAA (maior e melhor classificação entre as agências mais conceituadas). O papel americano era considerado o único título com risco 0 do mercado e o refúgio de muitos outros governos e empresas. É então que cai no mercado a notícia de que talvez os norte-americanos tenham de pedir uma prolongamento de prazo aos credores, aumento do teto da dívida...onde estavam as agências até esse ponto? Seu papel não seria o de alertar previamente para este fato?
Vejamos o caso da Europa, temos países super endividados, como a Grécia, que tem uma relação dívida/PIB de aproximadamente 150%. Isso quer dizer que para honrar toda a sua dívida seria preciso mais uma Grécia e meia?! Exatamente, caso, em uma situação hipotética, o país decidisse zerar toda a sua dívida ele não conseguiria. Essa não é uma situação que aconteceu da noite para o dia, até chegar nesse ponto muita coisa aconteceu e muitas vezes seu rating (classificação) já foi revisto, porém até que a coisa explodiu, ainda estava tudo maravilhoso. Aí quando surgem as notícias é aquele desespero, investidores saindo, a classificação é revistas para Junk (lixo) e as coisas ficam ainda mais difíceis para os endividados. Assim foi com a Grécia, Portugal, Irlanda e sabe lá quem será o próximo.
Aí eu pergunto: qual a real função das agências de risco, classificar o risco real dos títulos ou maquiar o mercado até que ele seja mergulhado n’água e a tinta comece a escorrer? Temos duas situações parecidas e duas ações diferentes por parte das agências. No caso da Europa o rating dos países foi rebaixado pesadamente e no caso dos Estados Unidos, apesar de sua dívida que já está em 100% do PIB, permanece seu ostentoso AAA. Neste caso, apesar de todas as dificuldades norte-americanas a manutenção da sua classificação colabora para que o país consiga novos financiamentos, naquele o que estava ruim fica ainda pior. Se a dívida dos europeus já estava estourada, agora com o rebaixamento a coisa só tende a piorar, pois terá de tornar seus papéis atrativos para o mercado de alguma forma, normalmente pagando mais juros, gerando uma dívida maior.
Recentemente foi aprovado o aumento do teto da dívida americana em 2,1 trilhões de dólares. Isso foi necessário, segundo eles, para que o país agüente até 2013. Para um país como os Estados Unidos declarar isso, é porque a situação realmente é complicada. Agora cabe ao mercado, e as famijeradas agências de risco encararem a realidade e se prepararem para tempos difíceis ou continuarem a cobrir o sol com a peneira.

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