Quarto dia: O velho

Bom dia/tarde/noite...

Em verdade sempre me considerei sofredor e o maior martir do mundo. Puro egoísmo.

É engraçado como nos ultimos dias eu sinto que cresci, tudo porque aparentemente o universo esteja conspirando contra mim. Mas até mesmo achar que estou crescendo é como uma gota de água no saara. Algo importante... mas infimo.

Por algum motivo eu me atenho a olhares mais que quase qualquer outras coisa... acho que é da minha natureza ou da minha formação, ou sei lá... whatever.

Ontem vim de onibus para casa, pois perdi meu vale transporte e preferi economizar centavos...

Ai novamente o universo conspira ou talvez alguma entidade cosmica dee e tire na mesma proporção, até mesmo sorte... vai saber.

Como a todos os cariocas o calor estava insuportavel para mim...

Quando após o aterro do Flamengo o onibus parou para pegar um senhor, daqueles bem velhinhos e arqueados, uma barba turva tampava seu queixo e descia até o peito. Do outro lado quase que como para equilibrar a barba em peso, uma mochila pendia.

Ele entregou um evelope retangular para as pessoas e por algum motivo eu fui tragado pelo seu olhar. A pele monena e o rosto sofrido emulduravam um olhar de dor e absoluta amargura, me lembrei de Up! E como algumas pessoas tiveram momentos lindos em suas vidas, mas aparentemente não foi o caso para ele, ou PIOR... se ele teve... se esqueceu.

Ele entregava um envelope para cada um e as pessoas rejeitavam sem olhar. Sem perceber fiz o mesmo. Mas não consegui deviar o olhar dele. Naquele momento eu vi o peso da frustração dele.

Ele estava vendendo agulheiros!!! Imagine... vender agulhas no rio de janeiro em onibus?! Mas provavelmente ele sinceramente acreditava que tinha um diferencia de mercado...

Moral da historia: devemos abandonar o egoismo que nos move. E ver o quanto temos conforto e uma vida tranquila! Que temos felicidade e paz... mas não as vemos nas nossas mãos e ansiamos por mais! Puro egoismo e ganancia.